Partido no poder na Mongólia vence legislativas apesar de ganhos da oposição

por Lusa
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O partido no poder na Mongólia venceu as eleições parlamentares, mas por apenas uma pequena margem, uma vez que a oposição obteve ganhos significativos, de acordo com resultados quase completos divulgados hoje.

O Partido Popular da Mongólia conquistou 68 lugares dos 126 lugares no parlamento, que foi alargado desde a última votação.

"O que significa que ganhámos as eleições", disse o primeiro-ministro Luvsannamsrai Oyun-Erdene, algumas horas após o encerramento das assembleias de voto, mas antes do anúncio dos resultados oficiais.

Os resultados representam um revés para Luvsannamsrai e o partido no poder, que conquistou 62 dos então 76 lugares no parlamento nas eleições de 2020.

De acordo com a imprensa mongol, o Partido Democrata, da oposição, conquistou 42 lugares, um grande salto em relação a 2020.

"Através destas eleições, as pessoas deram a sua avaliação sobre os erros políticos do partido no poder no passado", disse o líder do Partido Democrata, Luvsannyam Gantumur.

O partido HUN, de centro-direita, e dois partidos mais pequenos deverão ocupar os restantes 16 lugares, com a oposição a aproveitar o descontentamento dos eleitores para reduzir a maioria do partido do governo.

Luvsannamsrai Oyun-Erdene agradeceu mesmo aos que não votaram no seu partido, dizendo que ter, primeira vez, pelo menos cinco movimentos representados no parlamento era uma "nova página" na democracia da Mongólia.

"Ter opiniões diversas e contrastantes é a essência da democracia. As suas críticas refletir-se-ão nas nossas ações", afirmou o primeiro-ministro.

A participação era de 69,3% às 22:00 (15:00 em Lisboa). quando as urnas foram encerradas, mas esperava-se que chegasse aos 70% assim que fossem finalizados os resultados dos distritos mais remotos e da votação no estrangeiro.

Um total de 19 partidos políticos, duas coligações e 42 candidatos independentes concorreram às eleições.

A Mongólia, com 3,4 milhões de habitantes, tornou-se uma democracia em 1990, após mais de seis décadas de regime comunista de partido único.

Considerado o sucessor do Partido Comunista, que governou o país durante quase 70 anos, o Partido Popular da Mongólia continua a ter muito apoio, sobretudo nas zonas rurais e entre os idosos.

Para além da corrupção, as principais questões para os eleitores incluíam o desemprego e a inflação, numa economia abalada primeiro pela pandemia de covid-19 e depois pelas consequências da guerra na Ucrânia.

Os criadores de gado do país também foram atingidos este ano por um "dzud", uma combinação de condições meteorológicas severas e seca, que matou 7,1 milhões de animais.

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Lusa/ Fim

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